Esmalte colorido e daí?

Ah eu eu sei que você deve estar se perguntando o que esmaltes coloridos tem haver com autodesenvolvimento, e daí Ellen?

Já te respondo que na minha jornada esse pequeno e impactante detalhe, o meu esmalte colorido, foi um item que classifiquei como termômetro da minha confiança.

Antes de escrever eu coloquei uma enquete lá no insta @beboldup perguntando se meus corações (vocês) tinham uma história de esmaltes conectadas com vida profissional. Pasmem, 100% respondeu que não!

Eu aposto que tem muita história por aí e por isso resolvi escrever esse textão.
Acredito que você vai me escrever para dizer se o esmalte colorida é tão e daí assim, já espero. 😉

Para entrar nessa história preciso recapitular o ambiente onde eu trabalhava e estive nos últimos 7 anos de vida corporativa. Uma mega empresa bacana e na qual eu amava trabalhar (Por que saí? Gestão desafiadora e distanciamento dos meus valores, assunto para um outro longo momento) e onde a maioria esmagadora de colaboradores é público masculino machista e fazendo questão de mostrar que para pertencer precisa sendo clubinho, sabe?

Então, certo dia, estamos no cafézinho do andar, local de todos encontros, feedback e fofocas de toda empresa, e quando de repente o espaço é invadido pelo diretor falante olhando as mãos das mulheres que ali estavam e as classificando de acordo com a qualidade, cor e manutenção das unhas!

Sim, isso aconteceu, eu vivi isso!

Ou seja, por trás das piadinhas “no sense” do mundo corporativo ainda existe o julgamento e a rotulagem das mulheres.

Vale ressaltar que eu sempre fui muito atenta a minha imagem pessoal, afinal, eu trabalho com marketing e comunicação e a exposição em eventos (ah que saudade), apresentações, encontros e almoços por aí sempre foram constantes, então sempre estive bem apresentável.

Mas a partir deste relato, do cafezinho classificador de unhas, eu passei a perceber que de fato eu levei esse assunto para a caixinha dos cuidados obrigatórios e vou além, eu bloqueie geral aquele momento delicioso na manicure de escolha de cores na paleta incrível e maravilhosa que temos a nossa disposição.

Afinal, um pink neon poderia parecer jovem demais, verde opaco extravagante, laranja nunca. Fiquei parada por séculos do vermelho perfeito, unhas clássicas.

Salto no tempo, pulo de 3 anos no tabuleiro.

Saída da empresa efetivada, primeira semana já corri agendar aquele dia de princesa sem correria de agenda.

E eu estava sentadinho a frente da Nalva, minha amiga querida e manicure maravilhosa, quando ela me olha e fala: E aí? Qual a cor de hoje?

PAUSA!
BUG!
TELA AZUL!
Coração pulsou diferente!

Olhei para parede onde ficava uma prateleira deleite do colorido e senti como se uma fenda no tempo se abrisse e que de dentro ela despertasse um: tudo o que já quis ser!

Meu Deus, naquele momento percebi o quanto me faltou de ousadia, posicionamento pessoal e até um certo f*d*-se para o que vão pensar.

Resposta: Eu vou de esmalte colorido e daí?

Libertação!

Abri o Pinterest e escolhi uma paleta de cores incrível (veja a foto) e foi assim que descobri que não ia deixar que me classificassem a partir da cor do meu esmalte e que aliás eu poderia até nem querer pintar as unhas, onde está escrito no código de regras e vestimentas (o que já é nada inclusivo) que é obrigatório estar de unhas perfeitamente pintadas?

Aliás, se é obrigatório que nos acrescentem o valor do pacote mês da manicure nos benefícios!

A partir daí foi surra de cor!

Testes! Umas amei, outras detestei, mas me diverti até com cores que não gostei!

8 meses depois da minha saída da empresa eu promovi meu primeiro evento presencial, voo solo, que funcionou para mim como um portal para a assinatura do “eu estou empreendendo mesmo e tem gente para me escutar pelo que sou”.

Claro que fui fazer as unhas, afinal estaria com toda atenção dirigida a mim por horas… escolhi pintar CADA UNHA COM UMA COR DE ESMALTE!

Eu não comentei sobre isso no evento, mas meu coração com medo pelo desafio mas feliz pela conquista também pulsou orgulhoso pela minha ousadia.

Agora eu era a voz do BE BOLD, aliás, que na tradução significa SEJA OUSADA!

Hoje, carrego na minha mochila (além dos esmaltes coloridos) aprendizados desta passagem na minha jornada:

1. Esmalte colorido e daí?
   A cor ou não-cor da minha unhas não pode definir os conhecimentos que construí por 20 anos.
   
2. A libertação dos padrões acontece quando estamos seguras de quem somos.
   Naquele cafezinho eu jamais ousaria responder ao surto no sense do diretor como um “fala sério, deixa eu ver se sua cueca está furada!?”
   
3. Testar é permito!
   Seja a cor do esmalte, emprego, função, roupa, fala, casa, música, comida, maternidade, decisões…vida!
   
4. Compartilhar fortalece!
   Por isso escrevo! Se te motivei a refletir sobre as cores das suas unhas ou a quantas anda sua liberdade em decidir pelo seu esmalte, já ganhei meu dia!
   Quando compartilhamos nos fortalecemos enquanto rede, enquanto voz contra a repressão que carregamos de séculos.

Meu coração, traga o colorido para sua vida!

Permita-se ser você!

Eu estou aqui e te garanto que essa confiança só existirá quando seu coração estiver pronto para florescer sua essência.

Nesse momento existirá você, seus desejos e daí para o restante!

Por mais “Esmalte colorido e daí?”

Com amor,
Ellen
Idealizadora de @beboldup, mulher, estudando sobre rotina saudável e espiritualidade e aprendendo a ser mais feliz a cada dia!