Carta Aberta #9 | Abri meu porão, libertei o coração!

Uma carta sobre abrir o porão, emoções e resgates!

Faz tempo que não escrevo uma carta aberta, desde a última foram muitos acontecimentos, alguns deles bem desafiadores de endurecer o coração, o que torna a palavra escrita mais pesada que as emoções.

Emoções, ah sempre elas!

São as emoções que nos colocam correndo do medo, da felicidade, da vontade, do desejo, da vergonha e até da culpa!

E assim, em paralelo a tudo isso acontecendo, agora me permito entender que eu escolhi esse ano para aprofundar no entendimento das emoções, decidi fazer nova formação em coisas da alma.

Sinceramente achei que iria fazer novos cursos para me tornar mais hábil e assim ajudar mais as pessoas que chegam até mim… nada disso!

Estudar sobre sentimentos, Deus Criador e a Vida era um portal para que eu me aprofundasse primeiro em mim para depois pensar em apoiar o outro.

Nessa busca, senti a necessidade de me conectar mais profundamente com as minhas raízes, de me relembrar o que me trouxe até aqui, como resolvi desafios anteriores, onde que eu estive de olhos fechados para alguma decisão, onde eu deixei que outras pessoas decidem algo por mim e também resgatar momentos onde me senti querida, desejada, necessária e útil.

Toda busca é desafiadora, somos feitos de luzes e sombras.

Olhar para as sombras é um ato de coragem, com certeza é mais fácil guardar tudo no quartinho da alma e seguir ignorando.

Mas eu decidi abrir o porão, o sol entrou e tem saído tanta coisa de lá.

O mais importante de tudo é que percebi que quando abri a porta do porão, escurinho e sem ar, também permiti que a luz do sol iluminasse esse cômodo. O sol me ajudou a expulsar os fungos e a descobrir que a minha criança pura e cheia de sonhos estava me esperando sentadinha lá!

Que encontro, que feliz, somos uma, somos únicas, somos EU!

Ah o que era eu mesmo?

Muito de mim consegui preservar, mas que em algum momento escondi sentimentos e desejos. Escondi por medo do julgamento, por culpa, por querer fazer mais “certinho” do que podia.

Agora eu sei, iluminar dentro, reflete fora.

Neste julho completei 3 anos da decisão de me libertar do que não era eu…não foi simples, deu medo, incerteza, mas eu acreditei em mim.

Está dando certo. A notícia que recebi então é que quando damos o passo firme o universo coloca o chão em baixo, mas também manda provinhas para testar a minha certeza no meu propósito.

Humildemente eu sigo aceitando as provas, estudando para responder o gabarito. E o mais importante, eu sigo feliz sabendo que esse meu novo boletim só existe em mim. Agora Eu decido a média, a nota e em que momento quero fazer a prova.

No resgate do que sou me lembrei que muito nova eu já sentia coisas que nem sempre os outros percebiam, me lembrei que sonhava em ser médica e professora, toquei piano por 5 anos mas nunca tive um, desejei fazer ginástica olímpica mas não rolou, precisava fazer letra bonita no caderno, que me divertia pintando tecido, que aprendi a costurar e bordar, que desenhava a mão livre, que ia no jardim com a minha avó colher plantinhas para chás e que adorava quando ela rezava para mim.

Na adolescência tinha apelido de bruxinha na escola, amava ler e me descobri sonhadora.
Aos 18 já tinha um diploma em beleza e fiz atendimentos, ainda antes de descobrir a publicidade e amar os layouts, artes e planilhas.

Fui estagiária, analista, coordenadora, mãe, esposa, gerente.
Hoje só quero ser a Ellen, reconhecida pelo que tenho dentro de mim e não pelo título impresso no crachá.

Meu Deus como guardei coisas neste porão!

Mas agora ele está com as portas abertas, tem florzinha na porta e lá dentro estou organizando tudo que me faz feliz.

Ah a chave deste porão guardei no meu coração, ele tem me dado dicas do que entra ou deve sair de lá.

Olha, se você leu até aqui, já sou grata por isso, e deixo um convite a você:

“Encontre onde a sua criancinha está te esperando. Assim que a encontrar garanta no seu planejamento de vida momentos para cuidar dela e deixar que ela seja sua companhia. Nunca mais estará sozinha ou sem saber quem é você na essência. Isso fará a diferença!“

Finalizo esta carta com uma afirmação do coração:

“Gentileza para mim hoje é somente ser, sentir, chorar, sorrir e falar quando eu achar que devo.”

Com amor,

Ellen Rê Camargo
Idealizadora de @beboldup, mulher, estudando sobre rotina saudável e espiritualidade e aprendendo a ser mais feliz a cada dia!

PS1: Você se identificou com algo da minha carta aberta? Me escreva nos comentários! Ficarei muito feliz em te ouvir!